domingo, 28 de fevereiro de 2010

O domínio de nós mesmos





Nos anos 60, houve um grande aumento das atividades industriais nos países desenvolvidos e em várias partes do mundo a poluição causada pelas indústrias estava destruindo os rios e tornando o ar das cidades muito carregados de poeira e gases tóxicos. O uso abusivo e incorreto de fertilizantes, inseticidas e fungicidas estava envenenando a água e o solo e extinguindo espécies de nosso planeta.
Em 1962 a jornalista Rachel Carson denunciou em seu livro “Primavera Silenciosa”, a ação destruidora do homem em todo o mundo, destruindo o meio ambiente. Até então a destruição do meio ambiente era um assunto velado, realmente não era conveniente causar alardes, já que as pessoas queriam desenvolvimento e produção. Esse livro gerou uma discussão internacional até que a ONU promoveu em 1972, a Conferência da ONU sobre o Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia. O foco deste encontro foi a poluição, provocada principalmente pelas indústrias. Os representantes do Brasil e da Índia, que viviam uma época de milagres econômicos, defenderam a idéia de que a poluição é o preço que se paga pelo progresso, abrindo, portanto as portas para inúmeras multinacionais poluidoras que começaram a encontrar dificuldades em continuar operando desta forma em seus países. Essas empresas não tinham permissão de poluir em seus países de origem, portanto vieram poluir aqui. O interessante é que ainda hoje acompanhamos esse processo, não só abordando a questão industrial como também a extração indiscriminada de nossos recursos naturais. Um exemplo clássico no Brasil foi Cubatão. Eu me lembro de ir a Cubatão e perceber como o ar era poluído, de sentir dores de cabeça, entre outros sintomas. A Conferência de Estocolmo foi um marco histórico político internacional para o surgimento de políticas de gerenciamento ambiental e gerou a Declaração sobre o Ambiente Humano e estabeleceu o Plano de Ação Mundial a preservação e melhoria do ambiente humano. Desde então vários encontros aconteceram em diversas partes do mundo para discutir questões sobre o Meio Ambiente. Em 1977 ocorreu a conferência de Tbilisi, que foi um marco histórico de destaque na Evolução da Educação Ambiental, sendo que vários países iniciaram imediatamente a implantação das recomendações e atingiram em menos de uma década sua meta. Entre esses países estão Inglaterra, França e Estados Unidos. O Brasil ficou mergulhado em discussões acadêmicas sobre a Natureza da Educação Ambiental, floreadas por crises político-institucionais e socioeconômicas infindáveis. Finalmente em 1990, uma nova mentalidade se instalou no MEC e iniciou-se um trabalho nacional de desenvolvimento da Educação Ambiental, promovendo treinamentos e estabelecendo uma Política Nacional de Educação Ambiental. A Educação Ambiental deve promover a possibilidade a todos de adquirir conhecimentos, o sentido de valores, o interesse ativo e as atitudes necessárias para proteger e melhorar o meio ambiente. Ela deve também induzir novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na sociedade em seu conjunto, a respeito do meio ambiente. Outra questão é promover também a compreensão da existência e a importância da interdependência econômica, social, política e ecológica entre as zonas urbanas e rurais. Resumindo, ela constitui o modo mais adequado para promover uma educação mais ajustada à realidade, às necessidades, aos problemas e aspirações dos indivíduos e das sociedades no mundo atual.
Não acredito em mudanças no Brasil e no mundo em relação a questões ambientais sem a Educação Ambiental, pois estamos falando de mudança de comportamento, de buscar outras alternativas econômicas para que as pessoas possam sobreviver e é extremamente necessário a educação de uma maneira geral. Para chegarmos a algum lugar e não ficarmos mais 50 anos discutindo o que devemos fazer, só farei se você fizer e aquela coisa toda que vemos entre os governos e as pessoas, devemos partir daí em minha opinião. Ou tomamos medidas efetivas agora ou será tarde demais.
O grande desafio para salvar o Planeta (incluindo as pessoas, é claro), está resumido, a meu ver, nessa colocação de Rachel Carson:
“O homem é parte da natureza e sua guerra contra a natureza é inevitavelmente uma guerra contra si mesmo... Temos pela frente um desafio como nunca a humanidade teve, de provar nossa maturidade e nosso domínio, não da natureza, mas de nós mesmos...”
Esse é o maior desafio que a humanidade pode passar, pois dominar a si mesmo começa por admitir os erros e engolir o orgulho que temos dentro de nós e falar sobre isso. A partir daí a mudança será possível.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Democracia ou ditadura?



Olá pessoal, aqui estou eu novamente. Não quero que vocês interpretem meus comentários sobre o Lula como algo contra o governo dele ou contra a pessoa dele, mas acho muito importante que as pessoas tenham senso crítico e opinião própria. Não descarto a possibilidade de que ele tenha feito algo de positivo em seu governo,mas é muito importante que todos possam ficar de olho no que ele tem feito de negativo também. Fico chocada com a postura dele algumas vezes, pois me traz a impressão de que a ditadura não está escancarada, mas se faz presente em algumas atitudes do governo. O Lula está se transformando em um mito, um "Che Guevara brasileiro". O pior é que nós brasileiros adoramos mitos e heróis. Sempre escolhemos alguém para mitificar. Quem assistiu o filme "Lula - filho do Brasil" sabe o que estou falando. O filme é lindo, você chora, se emociona com a vida dele, sai do cinema acreditando que você também é capaz... Que bom que somos capazes, mas não é essa a questão. É uma tremenda jogada de marketing em uma hora estratégica. Aliás, hoje em dia, o maior aliado dos políticos é o marketing, a propaganda. Temos que ter um filtro para não passarmos por uma lavagem cerebral. Eu levei uns 3 dias para voltar ao normal depois do filme. Será um anjo que caiu do céu? Quantas pessoas vão assitir o filme e ficar em êxtase por ter um presidente modelo como esse? Nessa reportagem que vocês assistiram, podemos perceber que ele assinou sem ler e são medidas que mudam todo o contexto de um suposto país democrático. Ainda hoje escuto pessoas dizendo: na época da ditadura não havia tanto crime, tanta violência... Pergunto: não havia violência e crime ou era tudo escondido, camuflado? O que acontecia com quem tentava denunciar? Gente, cuidado! Cabeça é feita para pensar! Não se deixem levar pela mídia! É muito confortável não ler, não pesquisar, não pensar e acreditar em tudo que se vê na mídia. Vamos ter cuidado e colocar na balança os prós e os contras de cada governante. Vamos trocar idéia, divulgar, pesquisar, fazer uma corrente mesmo de reflexão. O Brasil tem potencial para dar certo, mas depende da nossa postura e atitude também. Temos que estar atentos, temos que conhecer a nossa realidade.
Gostaria que vocês participassem,trouxessem questões positivas ou negativas, ou polêmicas, para batermos um papo. Sua participação é muito importante e será levada em concideração! Até a próxima!
Agradeço pelo video que a Cecilia Bueno Tonon mandou para nos alertar sobre o tema. Valeu mesmo!
Lembrando a todos que podem mandar notícias a favor do governo também, mostrando o que fazem de bom. Temos que entender que o que é bom para mim, ás vezes não é bom para o outro e vice-versa. Temos que ver os dois lados, não é mesmo?

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Aprendendo com nossos erros


Há alguns dias fui ao cinema com minha família para assistir o filme Avatar. Uma das falas durante o filme me levou a uma antiga reflexão. Um dos personagens fez um comentário dizendo: o ser humano não é capaz de aprender porque é cheio de orgulho e acha que tem a resposta para tudo, portanto não cabe dentro dele a sabedoria dos povos da floresta.
Parece um comentário radical, mas a meu ver é muito atual e um tanto quanto sábio.
Alguém se lembrou de dizer aos povos nativos que ainda restam no Brasil e no mundo: olha, desculpa, vocês tinham razão!
É isso mesmo, pedir desculpa, afinal estamos falando de coisas na atualidade, que há muitos anos já faziam parte da sabedoria desses povos e foram passadas de geração a geração. As tribos indígenas aprendiam sobre a importância de viver em equilíbrio e ter respeito pela natureza, pela cultura. Hoje em dia falamos em desenvolvimento sustentável, pois o planeta não comporta mais o tipo de desenvolvimento que tivemos durante todos esses anos e eles já falavam sobre isso há 500 anos atrás! A questão é que somos tão orgulhosos que não observamos manifestações aparentemente simples, mas de uma grande complexidade e beleza. Valorizamos a inteligência e menosprezamos a sabedoria, a cultura de um povo. Esses povos estavam falando de um planejamento que possibilitasse que a vida do ser humano nesse planeta fosse possível durante muitos e muitos anos e que a natureza fosse compreendida e respeitada.
Não só falando sobre natureza, mas visando também a questão social, hoje em dia estudamos em Psicologia sobre a importância do contato entre filhos e pais, especialmente mãe e filho durante a gestação e a primeira infância, a importância das atividades lúdicas quando criança para o desenvolvimento das pessoas, a importância da família e cada papel que as pessoas representam dentro dela, enfim, coisas que os povos indígenas já faziam naquela época. Os filhos dos índios Guaranis já eram chamados por seus nomes desde quando estavam na barriga de suas mães.
O ser humano do Ocidente ainda está evoluindo no sentido de valorizar essas questões, de saber ouvir mais, observar ao seu redor, e aprender não só a nível intelectual, mas também emocional. Temos que não só ter consciência, mas nos sensibilizarmos em relação ao meio ambiente e tudo que ele engloba. Até existem pessoas que tentam fazer algo como separar o lixo, não usar mais saquinhos plásticos no mercado, o que é válido, porém até que ponto estamos mudando nosso comportamento de fato? O que fazemos quando estamos “nós com nós mesmos” entre quatro paredes? Estamos realmente mudando nosso comportamento ou adotamos posturas para sermos bem vistos perante a sociedade?
Vamos supor que você tenha uma piscina e perto dela tenha uma árvore. Essa árvore perde as folhas o ano todo e você tem que limpar essa piscina várias vezes ao dia para mantê-la limpa. Você fica com a árvore ou manda cortá-la? Caso você não queira nem perder tempo em pensar sobre isso porque não tem piscina, mas gosta de comer carne, churrasco... Você está preocupado com o desmatamento. Você se propõe a não comer mais carne para evitar a necessidade dos pastos?
No imaginário da população urbana ocidental, homem e natureza são coisas distintas. A noção de que um depende do outro e que estão interligados fundamenta a visão do universo das populações de índios, ribeirinhos, entre outros. Só há alguns anos atrás a ciência ocidental começou a entender melhor como as forças que moldam e condicionam a vida no Planeta estão interligadas em uma cadeia que se manteve estável por milhares de anos.
Em 500 anos, destruímos mais de 90 % da Mata Atlântica, abrigo dos mananciais de água que alimentam 60 % da população brasileira. Mas nossa memória é curta, não é mesmo? É bem confortável ter memória curta.
O ser humano deve conhecer a si mesmo melhor e encarar o que está realmente disposto a mudar para que possamos começar a atuar de forma mais efetiva em relação a situação sócio-ambiental que estamos vivendo atualmente. O que realmente conseguimos mudar em nós mesmos e em nossas vidas para ajudar?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Um pouco de mim



Sou o amor que tive e o que não tive, as decepções e as alegrias, as ausências e as presenças,a luta e a derrota, a superação do que a vida me deu, o destruir e o reconstruir, a profundidade e a superficialidade, o que ouço, o que vejo, o que conheço e o que sinto. Sou um pouco de cada viagem que fiz, de cada música que escutei, de cada letra que escrevi, de cada foto que tirei. Sou um pouco de cada pessoa que conheci ou observei. Sou suave para alguns e dura para outros, sou tudo e sou nada, depende dos olhos de quem me vê. Sou um pouco de cada um que passou em minha vida, me dando alegrias ou tristezas. Acredito que tudo tem dois lados, que existe a medida certa das coisas e a evolução da humanidade só será completa quando encontrarmos o ponto de equilibrio entre eles. Quando olhamos só um dos lados, já começamos errado e o interessante é como isso é tão "humano". Ao pensar em equilibrio, penso na busca do desenvolvimento social e da conservação da natureza, do ser o que somos sem medo de ser, mas ao mesmo tempo respeitando ao outro. Acredito que cada um de nós deve fazer algo para que se encontre esse equilibrio, da maneira que puder ou souber. Nossa existência deve ser atuante e é através das pequenas realizações, passo a passo, que chegamos a algo maior.
Na verdade, o que nos atrasa bastante nessa evolução é a "hipocrisia". Mostramos para o mundo e para as pessoas somente o que queremos que elas saibam de nós. Fingimos que somos alguém que não somos. Enfim, a idéia de ter um Blog veio da sugestão de alguns amigos. Sempre gostei de escrever e acho que cada um lida com suas questões da maneira que pode. Já escrevi letras de músicas, escrevi algumas vezes para um jornal local, participei de Fanzine, fiz grafite, já tentei até tocar bateria, e por que não um Blog? Com certeza vou escrever melhor do que "toquei bateria"... Claro que isso foi no auge dos anos 80 e um pedacinho dos anos 90. É gente, eu sou da época dos LPs, das fitas cassetes, do auge da Galeria do Rock em Sampa, dos inesquecíveis shows de Rock no Sesc Pompéia, das letras de protesto... Então, estamos ai... O que for surgindo na cabeça vou postando, como nas letras que já fiz. Escrever para mim é uma catarse, portanto só me fará bem e quem sabe faça bem a alguém também... É isso, até a próxima!


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