quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ordem e progresso ou ordem versus progresso ?

Os portugueses tinham, ao chegar ao Brasil, um projeto colonial, porém em muitos campos do Brasil a regra jamais vingou. E como poderia? Os portugueses trouxeram idéias embasadas em seu modelo lusitano, porém nosso país está longe de seguir qualquer outro modelo, pois é um país de características muito particulares, de uma diversidade cultural imensa, tendo um caráter um tanto quanto anárquico, selvagem e socialmente irresponsável da expansão dos núcleos brasileiros. Nossa realidade era e é diferente, quem já não percebeu isso? O Brasil deve buscar soluções próprias adequadas a sua natureza e a ação dos colonizadores foi sendo feita meio que no improviso. Foram aproximadamente 6 milhões de negros inseridos no Brasil como escravos até 1850, eram 5 milhões de índios que já habitavam o Brasil e 5 milhões de europeus que vieram para o Brasil até 1950. Segundo Darci Ribeiro,escritor que respeito muito, a instituição social que possíbilitou a formação do povo brasileiro foi o cunhadismo, que era um velho uso indígena de incorporar estranhos a sua comunidade. Era dado uma moça índia como esposa e assim que ele a assumisse, estabelecia mil laços que o aparentavam com todos os membros do grupo. Um exemplo de não seguir regras, foi que segundo a igreja, os portugueses não deveriam "fornicar" com as índias, e foi o que eles mais fizeram.O Brasil é uma mistura do racionalismo burocrático que queria executar na Terra Nova um projeto oficial, com essa espontaneidade que ia se formando ao deus-dará, se adaptando as condições da ecologia e do mercado mundial. O Brasil se fez a si mesmo, segundo Darci Ribeiro. Foi o oposto ao projeto lusitano e tão surpreendente para os próprios brasileiros. Vejo hoje o Brasil em um momento de redescobertas, onde estamos conhecendo e aprendendo a nos orgulharmos de sermos brasileiros, conhecendo e adimirando nossa cultura tão diversificada, porém precisamos construir, lutar para mudar o que não está bem, para achar alternativas pertinentes a nossa civilização mestiça e tropical, alegre e sofrida, humana, generosa, aberta à convivência de todas as raças e culturas em um pedaço lindo da Terra. Porém muitas coisas em nossa cultura devem ser mudadas em minha opinião, devemos falar sobre alguns pontos, discutir, abordar nas escolas, em casa, pois como vamos cobrar dos políticos honestidade, respeito, seriedade, se muitos de nós não agem dessa maneira na sociedade, em nosso dia-a-dia?
O que queremos ser afinal?

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O anel

Venho aqui, professor, porque me sinto tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada. Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota. Como posso melhorar? O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor sem olhá-lo, disse:
- Sinto muito meu jovem, mas não posso te ajudar, devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois.
E fazendo uma pausa falou:
- Se você me ajudasse, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois talvez possa te ajudar.
- C...Claro, professor - gaguejou o jovem. Mas se sentiu outra vez desvalorizado e hesitou em ajudar seu professor.
O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno e deu ao garoto e disse:
- Monte no cavalo e vá até o mercado. Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida. É preciso que obtenhas pelo anel o máximo possível, mas não aceite menos que uma moeda de ouro. Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu. Mal chegou ao mercado começou a oferecer o anel aos mercadores.
Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto pretendia pelo anel. Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele.
Só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso montou no cavalo e voltou. O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, assim livrando a preocupação de seu professor e assim podendo receber ajuda e conselhos.
Entrou na casa e disse:
- Professor, sinto muito, mas foi impossível conseguir o que me pediu. Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
- Importante, meu jovem - contestou o professor sorridente - devemos saber primeiro o valor do anel. Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro.
Quem melhor para saber o valor exato do anel? Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dá por ele. Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda. Volte aqui com meu anel.
O jovem foi até o joalheiro e lhe deu o anel para examinar. O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o anel e disse:
- Diga ao seu professor, se ele quer vender agora, que não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
- 58 MOEDAS DE OURO!!! - exclamou o jovem.
- Sim, replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...
O jovem correu emocionado até a casa do professor para contar o que ocorreu.
- Senta - disse o professor. E depois de ouvir tudo que o jovem lhe contou disse:
- Você é como esse anel, uma jóia valiosa e única. E que só pode ser avaliada por um expert. Pensava que qualquer um poderia descobrir o seu verdadeiro valor??? E dizendo isso voltou a colocar o anel no dedo.
- Todos somos como esta jóia. Valiosos e únicos e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem.

Autor Desconhecido